Aqui está um pouco da
minha viagem à Minas Gerais, mais especificamente às cidades e regiões
produtoras de azeite.
Sim, eu também não sabia
que existia azeite nacional. Foi só num workshop que participei no SENAC que
descobri que yes, nós temos azeite! E dos melhores!
Por fatores geográficos,
climáticos, etc, etc. as cidades que estão produzindo azeite em MG estão ao longo
da Serra da Mantiqueira (ah Mantiqueira!) com a qual tenho uma looonga relação
há anos.
Vou contar um pouco sobre,
mas fique a vontade para ir direto ao roteiro a partir do tópico DICAS GERAIS. Tudo
bem!
Em 1997 ingressei no curso
de Geologia na Universidade de São Paulo. Na grade do curso temos muitos
trabalhos de campo e viagens para Minas Gerais são frequentes. Acho que foi por volta de 1999 que conheci
a Mantiqueira. Naquela época não olhava pra natureza com o romantismo e
respeito de hoje. O foco era outro – as rochas, as dobras, as reações dos
minerais, os carrapatos (sim os carrapatos!) enfim... Precisava passar de ano!
Foram cerca de 3 anos martelando pedra em Aiuruoca, Andrelândia, Caxambú, Baependi, Ibitipoca,
Alagoa. Montanhas, montanhas...
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| Foto: Ana Flavia Veloso |
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| Não sei onde é, mas é Minas! |
Me formei, veio o
mestrado, comecei o doutorado e saí para trabalhar no serviço público onde
estou até hoje.
Aí descobri a cozinha! Não sei bem precisar quando nem tampouco o porquê, passei a me interessar por aquilo do que somos compostos. Comida! Comida esta que vai muito além das suas nobres funções nutricionais. A
horta, o prato, as transformações, o gosto, a cultura e tantas outras relações do homem com a comida me fisgaram. Amo cozinhar,
pesquisar, fuçar, experimentar e conhecer histórias sobre alimentação, desde a
produção até as formas de comer. Agricultura familiar, orgânicos, biodinâmicos,
aproveitamento integral, ayurveda, PANC, vegetarianismo, veganismo, cozinha
molecular, técnicas de preparo, confeitaria, cozinha de produto, composição de
alimentos, alimentos funcionais e por aí vai. Hoje todo mundo fala de comida (que bom!) e
os temas são milhares. Os que citei são os que mais gosto mas o cardápio é
farto haja visto o número atual de sites, canais, programas, eventos e
iniciativas sobre o tema. Muitos podem ser modismos mas ok! Mesmo que passe,
mesmo que daqui a pouco descubram que o glúten faz super bem, ainda acho que é
importante falarmos sobre.
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| Curso Cardápio Francês no SENAC. Amassando a massa que sobrou (foto: Fernanda) |
Aí, nessa minha
peregrinação, passeia a frequentar cursos, palestras, aulas práticas e oficinas, grande parte delas no SENAC, referência em ensino na área de gastronomia no país. Em 2017, me inscrevi no curso sobre AZEITES no SENAC Aclimação com o Chef Sandro Marques ( www.umlitrodeazeite.com.br).
Na verdade esse foi um workshop que aconteceu em julho intitulado
“Panorama dos Azeites Brasileiros” onde aprendemos sobre as
características sensoriais e técnicas para degustação de azeites e os atributos
dos azeites brasileiros. No último dia rolou um bata-papo com dois produtores
de azeite da Mantiqueira, um de Santo Antonio do Pinhal e outro de Aiuruoca (opa!!
Aiuruoca? Eu conheço! Eu conheço!!!).
Na conversa, nos rótulos, nos livros, passei a reencontrar nomes como Alagoa, Gamarra, Baependi, Itamonte, lugares que ficaram na minha memória e que agora reapareceram com um sabor diferente.
Na conversa, nos rótulos, nos livros, passei a reencontrar nomes como Alagoa, Gamarra, Baependi, Itamonte, lugares que ficaram na minha memória e que agora reapareceram com um sabor diferente.
Resolvi voltar então:
foram sete dias de carro percorrendo um pedacinho desse paraíso. Planejei a
rota pensando das cidades onde a olivicultura já está um pouco (um pouco!) mais
consolidada mas além do azeite, não pude desviar dos queijos, dos doces, dos
apiários, dos alambiques e cervejas artesanais.
Claro que além da comida,
a paisagem é deslumbrante e as pessoas, (ah as pessoas!) são as mais queridas,
carinhosas e com a prosa mais gostosa que há nesse mundo.
Importantíssimo: Não sou
especialista em gastronomia, muito menos em azeites!!! Embora partes do texto
possam conter informações técnicas, alguns aspectos históricos e curiosidades a
intenção aqui é de simplesmente dividir com todos a experiência de alguém que
vem aprendendo a valorizar coisas simples como tomar um “cafezim” sentada num
banquinho ao lado do fogão. Se for à lenha, melhor mas nem precisa não!




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