Dicas

Quando ir

Se quiser acompanhar a colheita e o processamento do azeite, o ideal é ir a partir do final do mês de janeiro até março. Esse é o período em que os produtores trabalham a todo vapor já que as azeitonas devem ser processadas assim que saem do pé. Esse é um dos fatores que garante a qualidade do azeite. Encontrei produtores que começam a colheita no final de janeiro, outros em fevereiro, enfim.


Alguns produtores também só comercializam o azeite após o tempo de decantação, que serve para eliminar totalmente o restinho do restinho das impurezas. Esse tempo pode variar de 7 a 40 dias.  Como fui em novembro, não achei azeite em alguns locais onde a produção ainda é pequena, o que pode gerar alguma frustração. Mesmo assim voltei alguns litros na mala :)

Relaxa que tem azeite pra (quase) todo mundo. Você trará azeite sim!

A produção de azeite ainda é recente se comparada com outras produções já consolidadas no Brasil como soja, milho, trigo, etc. Por esse motivo, cada produtor vem tentando melhorar o cultivo (espaçamento das oliveiras, poda, controle de pragas) e a qualidade do azeite (tempo de decantação, temperatura, aromatizadores). Cada um tem seus tempos, suas técnicas e seus macetes. Por isso, entrar em contato com antecedência (email, telefone, facebook) pode facilitar sua programação.

Como ir:

Passei por 09 cidades em 07 dias. Daria para ir de ônibus nesse esquema? Impossível.

As cidades são próximas e existem ônibus de uma para outra. No entanto, algumas linhas acontecem só uma vez ao dia. Ou seja...


Além disso, a quantidade de azeite, queijo, café e doces que trouxe na bagagem totalizaram alguns quilos que inviabizariam minha locomoção entre dois quarteirões. Duvido que você consiga se controlar.

Um carro 4x4 é super bem vindo mas não é obrigatório. A tração foi necessária para chegar em algumas cachoeiras mas junto comigo também subiu um Fiat Uno 92.



Alguns trechos mais longos de estrada são de terra como o trecho de  30km (cerca de 1h) entre Aiuruoca e Alagoa mas super ok. De qualquer forma, antes de partir vale a pena perguntar aos locais se a estrada está boa, principalmente se pegar alguns dias de chuva.

O que levar:

Nada especial. Talvez uma caixa térmica para trazer queijos ou outros produtos perecíveis.

Esqueça roupas sociais, salto, camisa e afins. Nada de noitadas e barzinhos (não tem). Aqui é campo rapaz!!!  Calça pra bater, bota ou tênis confortável e short/biquíni pra cachoeira.

A Mantiquiera é tão boa, mas tão boa que não tem pernilongo! Não sei se foi a época mas nem tirei o repelente da mochila. Em todo caso, leve. Vai que...

Quanto tempo ficar:

Isso dependerá exclusivamente do seu tempo disponível.  Fiquei 07 dias e foi ótimo. Se tiver menos tempo (mínimo 3 ou 4 dias) melhor ficar em 1 ou 2 cidades apenas. Nada de pressa e estresse. Se tiver mais tempo 10 a 15 dias, lindo! Tem muita cidadezinha pelo caminho onde poderá parar por um ou dois dias sem sair muito da rota. Se tiver mais de 15 dias, você é um sortudo!!


Nossa que azeite caro!

Direto ao ponto: os frascos de 250ml variam de $35 a $50 (preço de novembro/2017). Os azeites produzidos a partir da azeitona Arbequina são os mais baratos já que a produtividade das oliveiras é um pouco maior se comparada às outras variedades.  Azeites das variedades Arbosana (Espanha), Grappolo (Itália), Koroneike (Grécia), Maria da Fé (Brasil)  são um pouco mais caros assim como os blends (mais de um tipo de azeitona).

Lembre-se: esse é um produto praticamente artesanal com qualidade comparável a dos melhores azeites do mundo. Na minha opinião, o azeite é muito superior à maioria dos azeites espanhóis, italianos, portugueses e gregos que compramos nos mercados.

Não que esses azeites sejam ruins para o consumo (eu uso vários!). Fato é que, desde a etapa da extração, até que estes azeites cheguem em nosso prato, a maioria dos seus componentes que conferem sabor e que fazem bem a saúde já se perderam. Diferente do vinho, para o azeite a regra é quanto mais novo melhor.


Se ainda não provou, entenderá esse lance do sabor. E isso não tem a ver com a tão falada acidez. Azeite tem gosto sim: uns mais frescos, outros mais picantes, alguns podem lembrar o sabor de fruta, ou seja, vão muito além do refogado e mudam (e muito!) o sabor dos pratos. Fiz uma polenta com um azeite que trouxe de Alagoa e quase chorei de tão bom que ficou. SABOR! Sempre é possível provar o azeite nas fazendas. Sugiro provar puro. Com pãozinho é uma delícia, mas somente puro conseguirá sentir a tríade picância-amargor-frescor.


Comentários