Baependi: fé cercada de natureza


Já estava mais que na hora de um mergulho. Uma cachoeira pelo amor de Deus!!!!! Essa foi minha primeira pergunta ao chegar na recepção do hotel e a resposta foi: "Cê qué cachoeira? Então tá no lugara certo!" De fato, Baependi tem dezenas de cachoeiras (li aqui que são mais de 50). Tem cachoeira para todos os gostos: mais perto ou mais longe da cidade, com infraestrutura (bares e banheiros, por exemplo) ou não, com acesso fácil por carro ou aquelas que exigem uma caminhada, locais bons para crianças, enfim... 



A estrutura turística da cidade é boa e conseguirá um mapa bacana e boas orientações dos moradores e funcionários dos hotéis. Usei bastante o GoogleMaps no asfalto mas é possível que nas trilhas ele cometa alguns erros. Na dúvida, pergunte sempre!!!

Essa boa estrutura talvez deva-se ao fato de Baependi, além de fazer parte do Circuito das Águas, é um importante destino religioso do país. Foi lá que viveu Nhá Chica, uma filha de escravos que dedicou sua vida à prática da caridade. Nhá Chica foi beatificada em 2013 mas mesmo antes disso já era considerada especial pela comunidade local. 





Em frente a maioria das casas, bandeiras coloridas com a imagem da beata eram frequentes e as igrejas pareciam preparadas para um evento especial. Não sei se era por conta do período de novena mas a impressão é de que a cidade é assim o tempo todo, cercada de fé por todos os lados. 

E é aos domingos que acontecem as missas principais da cidade. A missa das 11h fica lotada pois vem muita gente que está passeando em Caxambu ou São Lourenço. Lotada mesmo, com cadeirinhas do lado de fora da igreja. Tanto é que a igreja está sendo ampliada. Se puder, vá na missa das 15h, sem pressa. Assim terá tempo para conhecer a casa da Nhá Chica que fica colada à igreja além das lojinhas no entorno. 

Ainda sobre religiosidade, Baependi é rota do Caminho Religioso da Estrada Real. Inaugurado esse ano, o percurso de cerca de 1000 km parte da cidade de
Caeté (MG) rumo à Aparecida (SP). Quem faz o percurso completo recebe um passaporte e vai carimbando nas cidades que passa, como é feito no Caminho de São Tiago de Compostela. Após um bom banho de cachoeira e uma conversinha com meus protetores (nunca é demais pedir proteção e agradecer pelas coisas boas durante as viagens, certo?), vamos atrás dos azeites. 


Minha única referência na cidade era a VIKAZ que conheci numa feira de produtores orgânicos realizada no Parque da Água Branca (SP). Lá na cidade também descobri o Azeite Gamarra. Ambos os olivais ficam no bairro Gamarra, um pouco distante do centro da Cidade (cerca de 2h). Por isso, antes de visitar os olivais, é importante entrar em contato para não correr o risco de perder a viagem. 


Entrei em contato com o João e Ana (Vikaz) e com a Vanessa (Gamarra) mas acabou ficando tarde para visitar os olivais. Mas nunca é tarde demais para provar azeite!!! 

João me trouxe potes de azeitonas na porta de casa, ou melhor, hotel (oba!) e fui até Caxambu para provar os azeites que a Vanessa vende em sua casa. 


As azeitonas Vikaz são preparadas com água mineral da Serra da Mantiqueira, sal não-refinado e tempo. Por esse motivo as azeitonas são mais consistentes pois preservam suas características naturais. As azeitonas de mercado costumam conter algum ácido na conserva e já encontrei outras que levam açúcar e estabilizantes. 




Já em Caxambú, provei o azeite Gamarra com limão e conheci uma linha bem legal de cosméticos e fitoterápicos. 


Ela também vende folhas secas para chá. Nunca tinha prestado muita atenção (sim, é fácil encontrar o chá em SP mas preciso investigar a procedência)  e parece que a tal folhinha tem propriedades antioxidantes, antimicrobianas, antifúngicas e antiparasitária. 


As altas concentrações de K, Mg, Mn, P, Se, Cu e Zn parecem ter ação revigorante, tanto que falam que é melhor beber durante o dia para não interferir no sono. Não sei ao certo se o chá cumpre todas essas funções mas ele é bem interessante. Ao mesmo tempo que tem sabor suave, seu aroma lembra muito o do azeite bem fresco. 


Aproveitei a ida a Caxambu para um passeio vapt vupt parque-centrinho-café com pão de queijo. Sugiro ir antes das 17h, 18h... Caso contrário, tudo fechado. 

A região é famosa também pelas cestarias. Artigos de palha de milho, fibra, bambú e madeira de café podem ser encontrados numa loja de artesanato um pouco escondida. Não tem vitrine nem nada, apenas um escritório na entrada e um mega depósito com milhares de peças do chão ao teto do galpão. O foco da SA Artesanatos é o atacado mas fui super bem atendida, tanto que fiquei mais de uma hora escolhendo peça por peça. 

Para comer, a qualquer hora em Baependi, sugiro o Bar e Restaurante do Dirceu. PF cheio e no capricho por $14 reais. Mereceu foto.



HOTEL FAZENDA TOPADA
diária 144 reais
Estrada de Acesso a BR 267, 2006 Bairro Cachoeirinha, Baependi, CEP 37443-000, Brasil

OLIVAIS GAMARRA
Casa: Rua Maria Eugênia, 84
Caxambu, Minas Gerais
Tel.: (35) 3341 4870 ou (35) 988559133
facebook: https://facebook.com/olivaisgamarra/
Instagram: @olivaisgamarra

OLIVAS VIKAZ
Estrada de acesso ao bairro Piracicaba,km 25 (olivais)
facebook: https://facebook.com/olivasvikaz/
Tel: (35) 8864-2825

Bar e Restaurante do Dirceu
Pça. Monsenhor Marcos nº 177, Centro

Santuário Nhá Chica
R. da Conceição, 165

SA Artesanatos
Rua Neves, 135
(35)  3343-3090
www.saartesanatos.com.br

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